Assim como outras crianças de sua idade, Matthew Kaye, de oito anos, adora videogames e desenhos animados do Ursinho Pooh. O menino, no entanto, ainda fala poucas palavras e tem dificuldades para andar e deglutir alimentos sólidos. Matthew nasceu com Síndrome Alcoólica Fetal, um distúrbio que ocorre quando a mãe ingere álcool durante a gestação.
A mãe de Matthew, Angelique De’asha, era alcoólatra
e consumiu bebidas durante toda a gravidez escondida de Martin, o pai da
criança. Ela morreu em 2009, aos 37 anos, por causa de uma insuficiência
cardíaca decorrente do vício.
“Após o nascimento, Angelique se sentou ao meu lado sem dizer uma palavra. Eu não conseguia olhar para ela. Fiquei pensando: 'Isso é tudo culpa sua’. Depois eu a questionei, mas ela não quis discutir o assunto. Ela se recusou a acreditar que o fato de ter bebido tinha prejudicado Matthew. Ela estava em negação total”, contou Martin ao jornal britânico Mirror.
Matthew nasceu aos sete meses, com apenas 900
gramas. As toxinas do álcool danificaram seu sistema nervoso central e destruiu
células do cérebro, assim como faz em adultos alcoólatras. O menino deu os
primeiros passos aos três anos e só aos cinco conseguiu ingerir alimentos
sólidos.
De acordo com a publicação, novos casos de Síndrome
Alcoólica Fetal cresceram 37% nos últimos anos. Entre 2012 e 2013, 252 foram
registrados no Reino Unido.
Responsável pelo desenvolvimento do filho, Martin busca agora alertar outras mulheres sobre o perigo de beber durante a gravidez. Ele contou que, primeiro, sentiu raiva da ex-mulher. Mas depois tentou entendê-la e ajudar o filho da melhor forma possível.
“Meu filho é um menino lindo, a melhor coisa que já
me aconteceu, mas ele vai precisar de cuidados por toda a vida. Quero passar a
mensagem para as mulheres grávidas e para as mulheres que estão tentando
engravidar: Não bebam! Por favor, não arrisquem”.
O álcool é uma substância com livre passagem pela placenta e, portanto, livre passagem para o feto. O fígado do bebê que está em formação metaboliza o álcool duas vezes mais lentamente que o fígado da sua mãe, isto é, o álcool permanece por mais tempo no organismo do bebê do que da sua mamãe. Viu o perigo?
O uso do álcool durante a gestação pode ser muito perigoso para a mamãe. Não existe uma dose limite pré-estabelecida para a ingestão do álcool pela gestante que não prejudique o bebê.
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